A Presidente do Conselho de Mediação e Segurança da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Suzi Carla Barbosa, alertou na quarta-feira, 04 de julho de 2023, que é preciso a mobilização de esforços de financiamento na luta contra o terrorismo para pôr cobro à “crescente perturbação violenta” do fenómeno do terrorismo, da insegurança e do extremismo violento, sobretudo nos países em transição política, nomeadamente o Burquina Faso, o Mali e a Guiné-Conacri.
Suzi Carla Barbosa fez essa observação na cerimónia de abertura da quinquagésima sessão do Conselho de Mediação e Segurança da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
No seu discurso, a ministra dos Negócios Estrangeiros disse que a sessão tem um significado especial por ser pela primeira vez que se realiza um evento desta envergadura num país lusófono, na Guiné-Bissau.
Segundo Suzi Carla Barbosa, a reunião de três dias de Bissau vai analisar o relatório do conselho de mediação e segurança a nível de embaixadores e vários memorandos ligados ao processo de transição e restauração da ordem constitucional, ativação da força de alerta da CEDEAO, situação das missões de estabilização desta organização e os impactos sobre a situação humanitária na região.
“Durante 12 meses da presidência da Guiné-Bissau, fomos promotores e testemunhas do engajamento de esforços coletivos das instituições da nossa sub-região, juntamente com os nossos parceiros estratégicos na estabilização, na reposição de valores e princípios democráticos, através de várias iniciativas da diplomacia preventiva e de diálogo, como condições essenciais para a restauração da paz e segurança, de modo a garantir o desenvolvimento almejado e o bem-estar das nossas populações”, lembrou.
Advertiu que, apesar de alguns avanços locais notáveis, caso das missões de estabilização na Guiné-Bissau e na Gâmbia, ainda há muito por fazer diante dos compromissos políticos assumidos para estabilizar a sub-região e garantir a segurança e a paz duradouras.
Defendeu que é importante reativar a mobilização de esforços em torno do financiamento e da operacionalização do dispositivo de ação de luta contra oterrorismo – 2020-2024, enquanto dispositivo de ação política, diplomática e operativa na restauração da segurança humana na sub-região, tendo em conta os dados recentes.
“Temos a responsabilidade de acompanhar e exigir que sejam respeitados os mecanismos da CEDEAO que garantem a sustentabilidade dos valores da democracia e da boa governação, sobretudo o protocolo relativo ao mecanismo de prevenção, gestão e resolução de conflitos da manutenção da paz e segurança, do protocolo adicional sobre a democracia e boa governação, bem como a operacionalidade do sistema de alerta precoce, tanto a nível político como na prevenção de catástrofes humanas”, sublinhou.
Por seu lado, o presidente da comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Omar Alieu Touray, informou que os países membros da CEDEAO continuam a confrontar-se com vários desafios complexos que continuam a ameaçar a paz, a segurança e o progresso da região, sobretudo o terrorismo e oextremismo e os conflitos internos, o crime organizado, entre outras situações como as alterações climáticas que necessitam de ações coletivas e decisivas.
Omar Alieu Touray disse que nessa sessão do Conselho de Mediação e Segurança serão analisados, entre outros assuntos, a situação política na região, a ativação da força de alerta precoce da CEDEAO para combater o terrorismo, apoio aos Estados membros no cumprimento da ordem constitucional, missão de estabilização, situação humanitária na região, analisar também a atualização do sistema nacional de alerta precoce e financiamento de branqueamento de capitais e terrorismo.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: Marcelo Na Ritche



















