O Partido Luz da Guiné-Bissau (PLGB) e o Partido Africano para a Paz e Estabilidade Social (PAPES) assinaram esta quinta-feira, 05 de outubro de 2023, um acordo de colaboração política.
O acordo assinado em Bissau prevê fortalecer as duas instituições políticas e aprofundar a comunicação estratégica, através de um espírito de diálogo permanente, de concertação prévia e posicionamento em assuntos de interesse nacional, bem como na realização de intercâmbios e atividades conjuntas de reflexão, de capacitação, incluindo partilha de espaços e de materiais para atividades, caso seja necessário.
Os dois partidos assumiram também o compromisso de trabalhar em conjunto na possibilidade de criação de uma aliança política para os próximos desafios eleitorais, fiscalização numa dinâmica extraparlamentar, a ação de todos os órgãos do Estado “de forma construtiva, responsável e objetiva em prol do bem estar do povo”, incluindo a criação de um espaço de discussão pública de assuntos de interesse nacional.
O Partido Luz da Guiné-Bissau e PAPES determinaram que o documento será dirigido por uma cúpula de dirigentes e acompanhado por uma estrutura de seguimento, que integrará elementos dos partidos signatários e pelos respetivos presidentes.
“As decisões, no âmbito deste acordo, deverão ser tomadas por unanimidade”, pode ler-se numa das cláusulas, que acrescenta: “este acordo é aberto a outras forças políticas que desejarem nele integrar de uma forma livre, respeitando as linhas gerais e os princípios que moveram a sua criação”.
Nas disposições finais, os dois partidos decidiram que o acordo terá uma duração indeterminada, com vigência a partir da sua assinatura.
“Trata-se de um acordo genérico e para cada ação em concreto deve ser assinado um acordo específico”, esclareceram.
Depois da formalização do ato da assinatura, o presidente do Partido Luz, Lesmes Mutna Freire Monteiro afirmou que o documento representa uma nova fase na história política do país, porque” é a prova de que é possível unir ideias, ideologias diferentes, visão e ambição em prol do desenvolvimento do país”.
Reconheceu que a participação do partido nas legislativas de 4 de junho de 2023 foi num quadro político muito difícil, mas conseguiu ter expressão e a partir de lá entendeu que era importante provar à população de que todos podem unir-se em torno de uma luta.
Enfatizou que nenhum partido, sozinho, vai conseguir governar o país apontando que o desenvolvimento é um processo onde é necessário unir as forças.
“Ao longo dos tempos, têm dito que a juventude não era capaz de andar junto, mas vamos provar que é possível. O importante não é quem está à frente, mas como é possível contribuir para a mudança do país e chegar ao desenvolvimento almejado”, assinalou.
O político afirmou que não serão condicionados por ninguém sobre como podem pôr em prática a visão do partido, tendo alertado que a forma de fazer política do Partido Luz será, doravante, mais séria e responsável.
Por sua vez, o presidente do Partido PAPES, Malam Sisse, disse que o ato simboliza a revolução do desenvolvimento do país, porque “a geração pós luta da independência massacrou o país e o povo da Guiné-Bissau”.
“Não estamos a serviço de ninguém”, advertiu, para de seguida afirmar que os dois partidos decidiram unir forças para pensar melhor o processo de desenvolvimento, com ideias responsáveis, sem submissão a quem quer que seja.
“Quem morre por uma coisa, morre pequeno, mas quem morre por uma causa, morre como um herói”, disse e lembrou que Amílcar Cabral dizia que “o programa mínimo era de entregar o destino do país nas mãos dos jovens”.
Por: Noemi Nhanguan
Foto: N.N
















