Região de Cacheu: GOVERNADOR CLAMA PELA RETIRADA DO BARCO AFUNDADO NO PORTO E PERMITIR ATRACAGEM DE OUTROS NAVIOS

O Governador da Região de Cacheu, Lourenço Gomes, pede socorro às autoridades centrais do país, particularmente ao Instituto Marítimo Portuário (IMP) e a Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB) no sentido de apoiarem a região na retirada do barco naufragado no cais de Cacheu, de forma a permitir a atracagem de outros navios que se deslocam àquela cidade histórica.   

“Muitas pessoas ou empresas querem levar barcos para o porto de Cacheu para desembarcar mercadorias ou fazer outros serviços, mas a situação do navio que naufragou no nosso porto não permite que outros navios atraquem.Apelamos o apoio do governo central e as instituições como IMP e APGB, porque este trabalho tem um custo enorme e não deve depender apenas do governo regional”, disse o Governador na entrevista ao Jornal O Democrata para falar da situação da região, sobretudo a questão da segurança, roubo de gado e conflitos sobre a posse da terra e dos projetos do desenvolvimento da região nortenha da Guiné-Bissau. 

Lourenço Gomes afirmou que o porto se depara igualmente com o problema de drenagem que, de acordo com a sua explicação, “é urgente fazer a drenagem do porto e permitir a atracagem de barcos com maior facilidade. Também é preciso a realização de um novo estudo do impacto ambiental e da estrutura técnica em termos de construção do porto, contudo o mais importante para nós neste momento é a retirada daquele barco afundado no porto que não permite a atracagem de outros navios”.  

GOVERNO REGIONAL TRABALHA PARA ESTANCAR A FUGA DE JOVENS E A EMIGRAÇÃO ILEGAL VIA MARÍTIMA

Explicou na entrevista que tem muita ambição para realizar muitos projetos na região de Cacheu, porque, “no programa do governo, a nossa região beneficiará de projetos da construção de troços entre Canchungo Caio, São Domingos Suzana, Canchungo Calequisse e Catachalam que irá permitir a população circular livremente com os seus produtos para vender e ganhar rendimento para sustento familiar, a pesca artesanal em Caió, o acesso à praia de Catchalam para atividades turísticas”

O governador anunciou que pretende criar um centro de formação técnico profissional, como forma de estancar a fuga de jovens da região para a capital Bissau, como também reduzir a emigração ilegal por via marítima cujos casos têm sido registados naquela zona nortenha há vários anos. 

Lourenço Gomes informou que quando assumiu a pasta de governador daquela região, realizou um trabalho junto do gabinete do plano, tendo discutido com o responsável sobre as prioridades, dando aos jovens as oportunidades, sobretudo na área da educação.

O responsável da região disse que recentemente, participaram no rali juvenil a nível de setor de Canchungo,que juntou quase 250 jovens para discutirem as suas visões para o futuro, permitindo que no próximo ano, se possa realizar um rali regional sobre empreendedorismo, no sentido de os jovens terem conhecimento sobre aquela área, porque no programa de governação, existe uma componente sobre o microcrédito que foi lançado na semana passada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). É preciso preparar os jovens para que possam enfrentar aquele mercado.

“Neste momento já temos um draft feito para formar um conselho consultivo regional para incorporar diferentes sensibilidades, nomeadamente, as Associações juvenis, líderes de opiniões, deputados da região e os delegados regionais, no sentido de fazer um diagnóstico profundo da região, que permita desenhar as linhas mestras para o desenvolvimento da região, como também reativar algumas atividades que no passado eram realizadas naquela região, como o festival de Cacheu que contribuam para o relançamento da Cidade de Cacheu. 

No setor de turismo, Lourenço Gomes, disse que já iniciou um trabalho pelo qual dia 11 do mês em curso devia, deverá receber o presidente da Câmara de Cidade Velha de Cabo Verde para discutir diferentes pacotes na área do turismo, aproveitando a experiência da Cidade Velha de Cabo Verde que albergava escravos que saiam de Cacheu para depois serem levados para as américas. Adiantou que podem ainda concorrer para o Património Mundial na área de gastronomia, pano de pente e vários outros instrumentos.

Governador informou ainda que a reunião do gabinete de plano regional permitiu-lhe conhecer o diagnóstico da região de Cacheu e saber qual o défice em professores, técnicos de saúde, nível de segurança e riscos diversos que aquela zona está a ter, devido ao número elevado deestrangeiros e ameaça na área ambiental, porque aquela zona dispõe de uma biodiversidade rica, sobretudo nas zonas húmidas que precisam ser conservadas.

Lourenço Gomes assegurou que recentemente reuniu-secom os filhos da região de Cacheu em diáspora sobre asmodalidades para o desenvolvimento da região, no sentido de poderem participar activamente. Acrescentou que já iniciou um plano de trabalho com uma empresa portuguesapara a recuperação do Palácio de Cacheu que está totalmente danificado, um património cartão de vista da região.

Questionado sobre a situação de segurança naquela região, Gomes disse que a situação de segurança, no concernente a questão de assaltos a mão armada e roubo de gado,diminuíram em relação aos anos anteriores. Acrescentou que atualmente estão a trabalhar seriamente no estancamento do conflito sobre a posse de terras, o que na sua opinião, “é um problema de vários anos na região de Cacheu e do país em geral, devido a falta de conhecimento da lei de terra”.

No que diz respeito a questão da energia elétrica na região, informou que neste momento a cidade de Cacheu está sem eletrificação por causa de roubo de cabos eléctricos de maneira que é preciso estudar o mercado para depois fazer novas instalações e recensear os moradores com poder de compra de energia. Adiantou que a cidade de Cacheu recebeu cabos elétricos oferecidos pela Câmara de Viana de Castelo, em Portugal, que atualmente se encontram nos Portos de Bissau e que o seu gabinete está a trabalhar para tirar os cabos da alfândega e iniciar o processo de remontagem na cidade, dado que dispõem de um grupo de gerador pronto para dar energia eléctrica a cidade de Cacheu. 

“Temos também um parceiro da região de Cacheu que tem uma central eléctrica que pode alimentar a cidade de Cacheu, ficando como alternativa, assim que pausarmos a central principal, essa pode dar continuidade, facilitando a conservação do pescado, que é uma atividade realizada diariamente. A cidade de Cacheu tem tanta procura em termos de gelo neste momento, mas a oferta não é suficiente, de acordo com o mercado, por isso é urgente resolver essa situação o mais rápido possível”, rematou.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A           

Author: O DEMOCRATA

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