O ex-ministro das Pescas, Orlando Mendes Viegas, advertiu esta terça-feira, 19 de dezembro de 2023, que se o atual ministro das Pescas e Economia Marítima não explicar claramente como os três milhões de euros da União Europeia foram retirados da conta do ministério, acionará os mecanismos para a reposição da verdade, porque “não é qualquer valor, é muito dinheiro em causa”.
Em reação às declarações de Dionísio Pereira proferidas na segunda-feira, Orlando Mendes Viegas revelou ter deixado 87 milhões de francos CFA como massa salarial dos trabalhadores, mas neste momento disparou para 117 milhões de francos CFA.
“Isto significa que houve aumento exponencial do número de funcionários ao ponto de as pessoas não terem lugar para se sentarem e trabalharem”, disse.
Sobre os três milhões de euros disponibilizados pela União Europeia que terão sido retirados da conta por algumas pessoas, Orlando Mendes Viegas desafiou o atual ministro das pescas a indicar o período em que esse valor foi retirado e anunciar o nome de quem o tirou, através da conta bancária, para melhor situar as pessoas, caso contrário ficará confuso.
Informou que o dinheiro da União Europeia é enviado diretamente para o Banco Central, depois para a conta bancária do ministério das pescas e a partir daí é distribuído para as diferentes contas das direções gerais do ministério.
“Quando saímos do ministério das pescas, deixamos 794 mil euros na conta central do ministério, o dinheiro da União Europeia, independentemente dos valores que estão nas contas das direções gerais. Isso é uma imposição e a regra negocial no quadro do acordo entre a Guiné-Bissau e a União Europeia. É assim que as coisas funcionam, porque exigem que o dinheiro seja canalizado para os beneficiários, mediante um plano previamente elaborado entre os técnicos do ministério das pescas e a União Europeia”, sublinhou.
Orlando Mendes Viegas revelou que o atual ministro das pescas levou apenas três meses naquela instituição e fez um empréstimo bancário acima de um bilião de francos CFA e negou que tenha feito empréstimo durante o tempo em que esteve à frente do ministério das Pescas, mas sim “contenção máxima para pagar dívidas que existiam”.
Por seu lado, o diretor geral da Pesca Industrial, Alfredo Malú, disse que o pescado dos navios da União Europeia é descarregado de três em três meses em Bissau, no quadro do acordo existente e é vendido às mulheres que abastecem o mercado nacional.
“As declarações do atual ministro das pescas e economia marítima de que a União Europeia faz descarga do pescado no âmbito social, mas não é canalizado para o mesmo fim, não corresponde a verdade”, negou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
















