A Seleção de Voleibol da Guiné-Bissau vai mesmo participar no Torneio de Voleibol de Praia, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a realizar-se nos dias 19 a 23 de junho em Portugal, após a obtenção de vistos para quatro jovens atletas nacionais desta modalidade junto da Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau.
O organismo que dirige a modalidade de Voleibol estava bastante preocupado se os atletas conseguiriam os vistos para entrar em Portugal, devido a burocracia e a morosidade nos serviços consulares da Embaixada de Portugal, mas finalmente a Federação de Voleibol do país (FVGB) recebeu a confirmação da embaixada que aos atletas foram concedidos vistos.
O país será representado agora nesta competição de Praia dos países lusófonos com duas duplas, masculina e feminina no sentido de melhorar a sua posição no ranking desta modalidade. Trata-se de Cesária Raimundo Bassil, Abene Carlos Brito, Nha-Namat Brandao da Mata e Seco da Mossa.
A informação foi transmitida esta segunda-feira, 16 de junho, pelo próprio presidente da FVGB, Aladje Camará, numa entrevista concedida ao jornal O Democrata, no final de mais uma sessão de treinos da Seleção Nacional de Voleibol, no Estádio Lino Correia em Bissau.
“Mais uma vez estou a realizar um dos meus sonhos, levando jovens atletas nacionais para competir no solo europeu no Torneio da CPLP. Consegui os bilhetes de passagem para a caravana, através de um empréstimo que posteriormente pagaremos e já recebi a informação da Embaixada de Portugal que aos atletas foram emitidos vistos que permitem a entrada dos atletas em Portugal”, disse.
“Apesar de tudo, tenho que lamentar que a federação não esteja em condições de dar ajuda de custo (perdiem) de forma digna e justa para a nossa delegação, mas penso que entenderão que o presidente da Federação de Voleibol não tem recebido apoios, porque é muito triste realizar atividade desportiva na Guiné-Bissau sem apoios, uma vez que estes atletas vão representar a Guiné-Bissau e necessitam de apoio do governo”, disse.
Camará, que tem trabalhado para a afirmação de Voleibol no certame internacional, mostrou-se desapontado com a postura do governo que não tem dado apoios às diferentes federações desportivas nas suas atividades internas e internacionais há vários anos. O presidente da instituição fez lembrar ao executivo que o desporto pode contribuir para a redução da delinquência juvenil na Guiné-Bissau.

Segundo explicação de Camará, todas as federações desportivas, com exceção à futebol, estão totalmente abandonadas pelo executivo. “Não é somente o futebol que representa o país, porque todas as restantes federações participam nas competições com a bandeira da Guiné-Bissau. Por isso, o governo precisa saber que estamos em dificuldades e precisamos de apoio”, frisou Camará.
Embora sendo um simples torneio no quadro da lusofonia, a FVGB tem ambição de melhorar a seu desempenho nesta prova da CPLP que arranca este fim de semana em Portugal. Além do Torneio de Voleibol de Praia da CPLP, a Guiné-Bissau participa também no torneio da modalidade em Marrocos neste mês de junho.
Segundo explicação do presidente do órgão, nesta competição a Guiné-Bissau será representada pela dupla masculina, Bacar Mancal e Dimar Cancola. Os dois atletas vão conseguir participar nesta prova africana graças ao apoio do Comité Olímpico da Guiné-Bissau. Os dois jovens deslocar-se-ão a Marrocos no dia 26 de junho, segundo a indicação de Camará.
Em relação aos atletas que participarão no Torneio da CPLP,deixarão o país no meio da semana, provavelmente na terça-feira. O Torneio da CPLP vai decorrer entre os dias 19 a 23 de junho, no Centro de Aldo Rendimento de Voleibol de Praia, em Cortegaça, Portugal.
O Democrata sabe que na sequência da participação neste torneio, o presidente da FVGB, Aladje Camará, teve encontro no passado mês de Maio com a Ministra de Desporto, Maria da Conceição Évora, no Palácio do Governo. Neste encontro esteve também o presidente do Comité Olímpico do país, Sergio Mané.
De salientar que as restantes federações desportivas têm acusado o governo de falta de vontade e disponibilidade em dar apoios às instituições federativas nas suas atividades, principalmente à Federação de Luta do país, que há vários anos tem alcançado medalhas nas diferentes competições onde o Guiné-Bissau tem participado em nome do país.
Recentemente, a Federação de Andebol decidiu não realizar o Campeonato Nacional da modalidade na presente temporada desportiva (2024-2025) no país devido à falta do apoio financeiro do executivo de iniciativa presidencial que dirige a Guiné-Bissau desde dezembro de 2023.
Por: Alison Cabral



















