A ministra da Cultura, Juventude e Desportos, Maria da Conceição Évora, pediu que sejam realizadas eleições “justas e transparentes” na escolha do novo presidente do Comité Olímpico da Guiné-Bissau (COGB), respeitando os estatutos do organismo desportivo do país.
“Pedimos as listas concorrentes à liderança do COGB a sentarem-se à mesa em busca de um entendimento com a Direção cessante da instituição e organizarem-se da melhor forma para escolherem a nova data para a realização de eleições, de acordo o que os estatutos prevêm para eleger o novo presidente do órgão”, disse.
“Não pode continuar puxa puxa e desentendimentos nas federações desportivas, o que leva ter dualidade das direções, o que não é salutar na nossa classe desportiva. Portanto faço um apelo para que as partes se contenham e se entendam, buscando consenso no sentido de realizar uma eleição justa, transparente e com base na legalidade”, afirmou Maria da Conceição Évora.
Conceição Évora esteve terça-feira, 08 de julho de 2025, num encontro com os jornalistas no Palácio do Governo, com o propósito de reagir à suspensão da realização das eleições no COGB no último sábado, na sequência de uma carta dirigida pela titular da pasta dos desportos, à atual Direção do COGB liderada por Sérgio Mané.
Na massiva Évora alegou que a Federação de Atletismo da Guiné-Bissau (FAGB), Federação de Desportos Aquáticos, Federação de Andebol, Federação de Tênis de Mesa da Guiné-Bissau (FTMGB) e a Federação de Ténis da Guiné-Bissau (FTGB) não têm legitimidade para eleger novo presidente do COGB, devido a caducidade dos respetivos órgãos.
Segundo explicou a governante guineense, só pode participar no processo eleitoral para escolha do novo presidente do COGB as federações desportivas com a capacidade de votos, ou seja, as federações legítimas.
“É fundamental respeitar os preceitos existentes para efetivamente para permitir que o COGB tenha uma Direção que vai poder trabalhar com toda a gente”, acrescentou.
Embora pede contenção e respeito pela legalidade, Conceição Évora, que foi presidente de um clube de futebol, promete manter um encontro com a Direção cessante do COGB ainda esta semana para ajudar em busca de uma solução plausível para o diferendo entre as duas candidaturas.
Importante salientar que a secção desportiva do Jornal O Democrata apurou que o mandato do atual das Federações de Andebol e a Federação de Tênis de Mesa do país entraram na caducidade. Contudo, os associados da Federação de Ténis de Mesa prolongaram o mandato da sua Direção por mais 6 meses, porque a presidente da Direção tem compromisso internacional em nome da instituição federativa e não podia estar ausente.
Já em relação à Federação de Atletismo, o governo decidiu retirar o Estatuto de utilidade pública à atual Direção da FAGB liderada por Augusto Dias Gomes, alegando várias irregularidades e a falta de colaboração com o Estado no cumprimento das suas obrigações.
Apesar desta alegação do governo, o Democrata, apurou que a Federação Internacional da modalidade, através do Gabinete de Relações Internacionais e Desenvolvimento, enviou uma missiva para instituição federativa onde confirma que Augusto Dias Gomes é o legítimo presidente do órgão.
Dada esta situação, o pleito não foi realizado no último fim de semana, após uma reunião convocada pelo Ministério do Interior, que juntou a Comissão Eleitoral, o presidente cessante COGB, Sérgio Mané, e os mandatários das duas candidaturas à liderança do COGB.
Numa breve declaração à imprensa, o presidente da Comissão Eleitoral, Augusto Viegas anunciou que irá reunir-se com a Ministra da Cultura, Juventude e Desportos, Maria da Conceição Évora, para solicitar esclarecimentos sobre a carta enviada ao presidente cessante da instituição, Sérgio Mané, que motivou a suspensão do processo eleitoral.
Na corrida à presidência do COGB estão dois dirigentes desportivos: Eugénio de Oliveira Lopes e Fernando Arlete.
Por: Alison Cabral
