Visita de Sissoco aos EUA: “O PAÍS NÃO DEVE ESPERAR  BENEFÍCIOS PARTICULARES NO ENCONTRO COM  TRUMP” – diz especialista em relações internacionais 


O Professor Universitário e Especialista em Segurança e Relações Internacionais, Abdu Jarju, advertiu esta quarta-feira, 09 de julho de 2025, que Guiné-Bissau não deve esperar muita coisa em termos de vantagens  e benefícios particulares, nesse encontro do Presidente Umaro Sissoco Embaló com o seu homologo Donald Trump nos Estados Unidos de América.

‎”O slogan que levou Donald Trump ao poder é  fazer dos Estados Unidos da América uma maior potência novamente, de maneira que o convite feito é apenas para o benefício americano”, justificou.  

‎Abdu Jarju falava  em entrevista exclusiva ao Jornal O Democrata para analisar as vantagens da visita dos cinco Presidentes africanos nos Estados Unidos América, disse que a situação dos americanos no continente africano, sobretudo na região da África Ocidental, está muito mais caricaturada e mal vista.

‎”A  chamada dos cinco chefes de Estado africanos é no sentido de poder tentar convencê-los para melhor se posicionarem”, afirmou.

‎O diplomata informou que os países como o Senegal e a Guiné-Bissau dispõem  de recursos naturais, nomeadamente gás, petróleo, bauxite e que o  interesse dos americanos é sempre procurar os recursos naturais para que possam alimentar as suas fábricas.

‎Para Abdu Jarju, qualquer vantagem destes chefes de Estado nesta investida dependerá da sua capacidade  de negociar com Donald Trump, para que “ um país  como a Guiné-Bissau possa ter uma  vantagem”.

‎pAbdu Jarju alertou que, com Donald Trump não prevê nada, porque não anda no caminho da diplomacia clássica, dando o exemplo do cenário  que aconteceu no encontro com oPresidente da África do Sul, porque “ aquele país cada vez que dá algo com a  mão esquerda, a sua direita recebe  muito mais do que deu com a esquerda”, de maneira que a Guiné-Bissau não deveria esperar muita coisa em termos de vantagens, nem  beneficios particulares neste encontro com osEstados Unidos de América.  

‎“O Presidente americano convidou cinco presidentes africanos para uma consulta, de acordo com a agenda, mas quando se trata de vantagens, devemos ter em consideração que os Estados Unidos de América encontram-se neste momento numa situação geopolítica crítica e de vulnerabilidade, sobretudo na África Ocidental”, indicou.

‎“As tropas americanas foram enviadas para o Níger numa das bases maiores em África, como também enviaram os drones para o Burkina Faso. Os americanos foram presos e a mesma forma que se espera que em Senegal, os americanos sejam enviados,  embora com essa situação talvez  América se deva  preocupar-se  em mudar a sua política e ter uma nova imagem”, sublinhou. 

Questionado se é possível o país concretizar a sua  intenção de reabertura da Embaixada dos Estados Unidos de América na Guiné-Bissau, Jarju disse que o Presidente americano já lançou uma guerra económica não declarada contra a China e  essa última acção contra o  Irão e tantas  outras decisões que tomou estão a enfraquecer a economia americana e  mesmo que  o chefe de Estado guineense peça ao Trump para reabrir a embaixada, não acredito que os Estados Unidos vão reabrir a sua representação diplomática.

‎”Primeiro, porque a situação geopolítica internacional não é favorável para pensar na reabertura de uma embaixada na Guiné-Bissau num momento de incertezas em termos da segurança ao nível mundial, sobretudo com bombardeamentos ao Irão. Segundo,  porque estamos perante várias  situações que merecem uma análise profunda para que a America possa expandir as suas missões diplomáticas”, justificou.

‎Jarju defendeu, neste particular,  que os governantes africanos devem continuar a lutar e trabalhar para os seus povos, porque os convites dos líderes das grandes potências não vão resolver nada.

‎ Acrescentou que tanto o Ocidente, como a Ásia   e outros continentes estão a dizer que África é o futuro do mundo, razao pela qual “é preciso ter autoridades competentes que  tenham  capacidade de negociar para que haja cooperações de ganha ganha e não deixar os acidentais roubarem os nossos recursos naturais”.   

‎Por: Aguinaldo Ampa

Author: O DEMOCRATA

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