O Secretário-geral do Movimento Revolucionário Pó de Terra, Vigário Luís Balanta, afirmou esta quinta-feira, 17 de julho de 2025, que a Guiné-Bissau não está preparada para acolher a XVª cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O ativista disse que os princípios enraizados no fundamento daquela organização lusófona foram violados pelas atuais autoridades.
”Os princípios que regem a organização, nomeadamente a boa governança, democracia, respeito pelos direitos fundamentais e liberdade, todos estes conjuntos de direitos não estão a ser respeitados na Guiné-Bissau”, precisou a organização.
Vigário Luís Balanta falava em entrevista telefónica ao jornal O Democrata sobre a manifestação agendada para esta quinta-feira.
A manifestação tinha sido convocada para decorrer em frente a um dos hotéis da capital onde decorreu a reunião do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa em Bissau (CPLP), no quadro da realização da XV Cimeira daquela organização a decorrer em Bissau.
Os membros da organização queriam manifestar a sua indignação perante o que chamaram “omissão e o comportamento da CPLP de aceitar organizar a cimeira num país onde os direitos dos cidadãos são violados, mas acabaram por ser “perseguidos e dispersados pelas forças de ordem pública bem armadas”.
Vigário Balanta sublinhou que, enquanto jovens conscientes com atitude crítica, não podem ficar em silêncio, razão pela qual decidiram convocar a juventude e o povo guineense para que saíssem às ruas e manifestassem o seu descontentamento por tudo que se passa na Guiné-Bissau.
Denunciou que homens fardados e armados perseguiram os manifestantes e a cúpla do Movimento Revolucionário, incluindo a sua mãe na sua residência.
”Na tentativa de organizar a manifestação, homens bem fardados e armados da ordem pública começaram a seguir ospassos dos elementos da organização de manhã tão cedinho, dirigindo-se para bancada onde costumam reunir-se, mas na altura tínhamos saído do local à procura do hotel onde estava decorrer a reunião da CPLP e as forças de ordem decidiram ir para a residência da minha mãe. Felizmente, não encontraram-na”, denunciou.
O responsável informou que na avenida onde estavam a caminhar rumo à unidade hoteleira, foram impedidos de passar pelas forças de segurança e decidiram sair e seguir a marcha pela rua 15 e foram dispersados de novo.
Para Vigário Luís Balanta, os atos sistemáticos de intimidação em nenhum momento vão atingir a determinação dos membros do Movimento e prometeu não desistir manifestar o descontentamento no decorrer da cimeira, porque “sabemos que o regime tem medo das vozes contrárias, críticas e da oposição”.
“A nossa crítica é construtiva. Não usamos palavras indecentes, fazemos as críticas e apresentamos soluções. A Guiné-Bissau, para ser um bom estado, onde a justiça funciona e o bem-estar é garantido a todos cidadãos deve respeitar os princípios da legalidade, direitos humanos e do direito à manifestação que estão consagrados na Constituição da República. Não podemos aceitar para que os governantes decidam por nós. Devemos participar ativamente para e em conjunto fazer pressão para que haja melhores soluções e desenvolvimento para à Guiné-Bissau. O atual regime no poder não quer ser criticado e acha que toda a gente deve congratular-se com as acções de ilegalidade que está a praticar”, sublinhou.
O Vigário Luís Balanta disse que a manifestação foi convocada para dois dias, 17 e 18 do mês corrente, e como não conseguiram realizar hoje, não vão desistir nem deitar a toalha na mesa.
”A qualquer momento, desde que tenhamos uma única oportunidade, vamos sair às ruas e em frente da unidade hoteleira onde deve decorrer a Cimeira para demonstrar o descontentamento, nem que seja por 5 ou 10 minutos para passar aos representantes dos países membros que estão no país”, sublinhou.
Por: Aguinaldo Ampa






















