“INCAPACIDADE DOS EDITORES CHEFES CONDICIONA A FALTA DE AGENDAS PRÓPRIAS NAS REDAÇÕES “ – ordem de jornalistas 

O Bastonário da Ordem de Jornalistas (BOJ) da Guiné-Bissau,  António Nhaga,  afirmou que  a incapacidade dos editores  chefes  condiciona a falta de agendas  próprias nas redações dos órgãos de comunicação social do país.

‎António Nhaga, que falava esta sexta-feira, 25 de julho de 2025, na apresentação de um mini documentário do jornalista guineense, Djibril Iero Mandjan, disse que apenas 20%  redatores em chefe têm conhecimento dessa matéria.

‎O mini documentário, “entre Fumaça e Vidas,  faz uma chamada de atenção a situação de lixo no planeta, destacando como epicentro a localidade de Adbogloboshi, uma cidade do Gana, que, segundo o autor do documentário, está a transformar-se  numa ameaça ao mundo,  devido à quantidade de lixo eletrônico que é descartada nesse local.

‎No seu discurso, António Nhaga defendeu que dever haver mudanças nas redações e compreender o jornalismo que se faz hoje e em pleno século XXI.

‎“Para ser um editor chefe, a pessoa deve ter o conhecimento nos géneros jornalísticos. Das  informações que tenho,  apenas vinte porcento (20%) das pessoas que têm conhecimento dessa matéria”, afirmou.‎

‎O bastonário, que  foi crítico à atuação dos jornalistas guineenses,  informou que existem editores chefes que não conhecem a pauta e não sabem distinguir  jornalista do repórter, “ tendo esse problema  a pessoa não  pode ser um  editor chefe” a não  ser  “tarimbeiro”. 

‎Quanto às fontes , o decano alertou os profissionais  no que refere ao interesse das fontes,  lembrando-os que  o jornalista não tem interesses por isso deve basear tudo que faz na técnica, para obter informações,  sabendo que existem entrevistas como género e  técnica.

‎”Um profissional deve saber usar as  técnicas das entrevistas de género para obter informações e não só, como também saber colocar as questões”, insistiu.

‎Admitiu que a Guiné -Bissau tem um enorme défice de jornalistas científicos  e que é necessário que a classe de jornalista guineense ultrapasse o analfabetismo científico para aceder à classe de jornalistas de qualidade.‎

‎”Existe um analfabetismo tremendo no país. É preciso   ultrapassar este fenómeno,  caso contrário não vamos ter jornalistas de qualidade  num país que tem apenas vinte porcento das  pessoas que têm conhecimento sobre género jornalístico”, sublinhou, para de seguida convidar a nova geração a discutir o assunto (género jornalístico ) no país de forma séria, sobretudo no que se refere à reportagem.

‎No que refere à atribuição da carteira profissional,  disse que  a carteira deve servir para  regulamentar ( fechar) a classe, por isso não deve ser atribuída  sem um regulamento, porque”não basta apenas  fechar a classe, mas também definir  o próprio salário’.

‎Para António Nhaga, se for atribuída sem  a definição do salário será algo fictício, alegando que não  se trata de uma preocupação porque nunca será um problema para nenhum jornalista conseguir informações, desde que tenha o seu cartão de serviço.

‎Para o jornalista Djibril Iero Mandjam , autor  do mini documentário denominado “entre  Fumaça  e  Vidas “, o problema maior são  as ameaças globais com os lixos eletrodomésticos   transportados para a África, ignorando a convenção de  Basileia, que estabelece as normas que proíbem o envio de lixos perigosos  pesados, sem o consentimento informado. ‎

‎Mandjam sublinhou que  a mesma convenção  estabelece  o mecanismo de exportação e de transporte de resíduos  pesados, mas em relação aos países menos desenvolvidos não se aplica a convenção, ou seja, nestas circunstâncias ela  é ignorada.

‎“Esse trabalho tem como objetivo convidar os países Africanos para reflectirem sobre os seus problemas, sobretudo as ameaças naquilo que recebemos de borla. A  África tem um problema de soberania estratégica  que é  a circulação de documentos  importantes da África. Por exemplo,  a agenda  2063,  é uma agenda  que está incerto aos Africanos, independentemente  da estratégia alimentar. Nisso, é preciso trabalhar as consciências das pessoas”, alertou.

‎Neste sentido, apontou que um dos problemas dos africanos  é psicológico e que é necessário trabalhar  na psicologia das pessoas.

‎No contexto local, chamou atenção no que refere a gestão sanitária considerando que o vazadouro de Safim é apenas um depósito que constitui uma ameaça para a saúde pública,  tendo em conta que os problemas ambientais, climáticos são  uma questão global e exigem medidas locais para fazer face a esses problemas. 

‎O  jornalista  Iero Mandjam  fez um mini documentário sobre os eletrodomésticos  em  Acra (Gana)  intitulado de  “ENTRE FUMAÇA E VIDAS “, que contou com  o financiamento  da ONG  ACEP – Associação para a Cooperação Entre Povos.

‎Segundo o autor, o  trabalho já foi traduzido num livro em Lisboa e fizeram a exposição de quinze fotografias na sede da ACEP, na  capital portuguesa.

‎Por : Jacimira Segunda Sia 

Author: O DEMOCRATA

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