O auxiliar do secretário administrativo do setor de Bissorã, Domingos José Tchuda, clamou por reabilitação das principais vias que dão acesso ao centro da cidade local, para facilitar a mobilidade das pessoas e os seus bens e lamentou que essa situação tenha travado o escoamento de produtos e a dinâmica de comércio
“A comunidade de Bissorã está a deparar-se com muitas dificuldades, nomeadamente a água potável, o saneamento básico e as infraestruturas rodoviárias”, disse, sublinhando que, atualmente, a cidade de Bissorã tem problemas ao nível das vias que dão acesso ao centro da cidades e às tabancas arredores, a falta de eletricidade, problemas de saneamento básico e água potável.
De acordo com o responsável administrativo, neste momento as vias que dão acesso às tabancas arredores de Bissorã encontram-se praticamente intransitáveis, condicionando o trânsito e a circulação de meios de transportes para aquelas zonas.
“A estrada que dá acesso a Bissau já está quase cortada. Nos últimos dias fez-se algumas diligências para evitar que fosse cortada por completo, ainda assim está a ser muito difícil e o buraco continua a alastrar-se, o que significa que se continuar nessas condições a via poderá ser cortada”, indicou.
Realçou que a cidade não tem água potável, devido às condições geográficas, afirmando que a zona está afetada de ferro e ao cavar a terra, substâncias químicas contaminam a água, que não dá para beber e fica com uma característica de óleo alimentar.
“Para conseguirmos água potável, somos obrigados a recorrer ao centro de saúde que dispõe de um depósito de água, caso contrário continuaremos a sofrer e a enfrentar a mesma dificuldade”, lamentou.
No que se refere ao saneamento básico da comunidade, disse que a cidade depara-se com a falta de recursos para cuidar da limpeza da cidade, justificando que os mais velhos que faziam este tipo de trabalho já se encontram em velhice e que os jovens sentem vergonha de fazer esse serviço.
“Os jovens de Bissorã não colaboram, mesmo oferecendo trabalho nessa área não aceitam, independentemente da falta de recursos de limpeza. A administração local não tem nem meios de transporte disponíveis para evacuação de lixo para o vazadouro”, denunciou.
Criticou a escassez do pescado no mercado, tendo denunciado que os peixes que são comercializados no mercado local não são de qualidade, razão pela qual “queremos que abasteçam o nosso mercado com peixes em bom estado de conservação e de qualidade”.
Segundo o auxiliar do secretário administrativo do setor de Bissorã, neste momento a cidade não tem fornecimento de energia, apenas uma parte consegue ter através de painéis solares instalados, mas estes também não conseguem dar a iluminação para toda a cidade e o serviço está enfraquecido.
Nos últimos tempos o setor de Bissorã tem sido apontado como uma das zonas onde ocorrem violências com mais frequência, violências associadas às mortes misteriosas de crianças como aquela que foi encontrada enterrada num dos bairros da cidade.
Confrontado com essa situação, defendeu que é urgente reforçar elementos de segurança na zona para evitar muitos casos lamentáveis, pois com a segurança reforçada poderá diminuir a violação dos direitos humanos, mortes e roubos.
Relativamente à situação das crianças, pediu maior responsabilização dos pais e encarregados de educação pelo desaparecimento e mortes misteriosas de crianças nos últimos tempos na Guiné-Bissau, porque” os pais devem cuidar dos seus filhos, protegê-los de todas as formas de violação e nunca deixá-las sozinhas em casa ou nas ruas, bem como serem vigilantes em tudo”.
Preocupado com a saúde da população local, Domingos José Tchuda deseja que o centro de saúde de Bissorã seja ampliado para poder dar respostas às demandas, mostrando que o centro perdeu a capacidade de receber o número da população que procura os seus serviços, tendo em conta que os últimos tempos a população cresceu e já não tem espaço suficiente para o atendimento de doentes de diferentes patologias.
“Na verdade, este posto carece de tudo: de técnicos, de materiais disponíveis para tratamento de pacientes, o que obriga a direção a evacuar os doentes críticos para outros centros com melhores condições e atendimento adequado”, referiu e disse que as mulheres de pequenas iniciativas, as horticultoras clamam por um campo de cultivo que tenha condições para exercerem as suas atividades.
“As mulheres horticultoras clamam por espaços de cultivo. Nhôdema [organização local das horticultoras], que significa “vamos nos apoiar” – numa tradução livre em mandinga, têm recebido apoio no seu campo de cultivo, mas não têm tido bons resultados e agora acompanham cada projeto de carisma agrícola ou não para poderem resolver os seus problemas. Também têm pedido apoios para o melhoramento do novo mercado, mostrando que o espaço não está pavimentado e nessas condições as chuvas vão dificultar as suas atividades comerciais”, frisou Domingos José Tchuda.
Por: Jacimira Segunda Sia
















