O Jornalista Waldir Araújo, delegado da RTP-África na Guiné-Bissau, foi agredido em Bissau na madrugada deste domingo, deixado com ferimentos no rosto e roubado por desconhecidos foragidos.
A agressão aconteceu na praça Che Guevara (conhecida por rotunda do Bayana), a escassos metros da sua residência, no centro da cidade de Bissau, nas imediações do centro cultural Cultural Franco Bissau Guineense.
As circunstâncias da agressão e o estado de saúde do jornalista não foram oficialmente divulgados até ao momento.
Entretanto, segundo um dos funcionários da RTP-África, a vítima teria estado a trabalhar com um grupo de jornalistas estrangeiros, em missão de serviço na Guiné-Bissau sobre reportagens a figura de Amílcar Cabral e os 50 anos da Independência da Guiné-Bissau.
O colega do serviço do Waldir informou ao jornal O Democrata que antes da agressão, os colegas jornalistas terão pedido ao Waldir para dar uma passeata à cidade para melhor apreciar Bissau.
”O grupo tinha que deixar o país na madrugada deste domingo. De tanto trabalhar que não conseguiram rodar a cidade durante o dia. À noite, foram sentar-se no restaurante Caliste ao largo da praça Che Guevara para se divertirem. Só depois de se separarem é que Waldir foi agredido, a escassos metros da sua residência”, disse.
Em reação à agressão de Waldir Araújo, o Sindicato dos Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social da Guiné-Bissau (SINJOTECS) condenou o ato e disse que a comunicação social não pode ser silenciada e que a verdade nunca será escondida de ninguém em nenhum momento.
Para SINJOTECS, este ato vil e covarde não só constitui uma grave violação dos direitos humanos como representa uma ameaça direta à liberdade de imprensa no país.
O SINJOTECS condenou com veemência esta agressão e considerou inaceitável que, em pleno século XXI, os profissionais da comunicação social ainda continuem a ser alvos de intimidações e violência pelo exercício legítimo da sua função: informar com verdade e responsabilidade.
Neste sentido, a organização da classe jornalística guineense exigiu das autoridades competentes uma investigação célere e rigorosa, com a identificação e responsabilização dos autores deste ataque, porque a impunidade não pode continuar a alimentar o medo e a censura entre os jornalistas guineenses.
O SINJOTECS reafirmou o seu compromisso em defesa intransigente da liberdade de imprensa e do direito dos cidadãos à informação livre, diversificada e independente.
No comunicado, a organização manifestou a sua solidariedade a Waldir Araújo, à RTP-África e a todos os profissionais de comunicação social que continuam a exercer o seu trabalho com coragem e compromisso, mesmo em contextos adversos.
“Exigimos das autoridades competentes uma investigação célere e rigorosa, com a identificação e responsabilização dos autores deste ataque. A impunidade não pode continuar a alimentar o medo e a censura entre os jornalistas guineenses. Reafirmamos a nossa total solidariedade com o colega Waldir Araújo, a RTP-África e todos os profissionais da comunicação social que continuam a exercer o seu trabalho com coragem e compromisso, mesmo em contextos adversos”, pode ler-se no comunicado.
Segundo o SINJOTECS, a vítima disse que foi abordado por indivíduos ainda não identificados, que o terão insultado, acusado de divulgar imagens negativas da Guiné-Bissau na estação televisiva em que trabalha e espancaram-no brutalmente, além de roubarem os seus pertences.
Segundo apurou O Democrata junto de uma fonte policial, o delegado da RTP agredido dirigiu-se esta tarde às instalações da Polícia Judiciária para dar conhecimento ao caso.
Por: Filomeno Sambú
















