LGDH AFIRMA QUE A EXECUÇÃO DE TANU BARI E AGRESSÃO AO JORNALISTA WALDIR ARAÚJO AFUNDAM A GUINÉ-BISSAU NO CLIMA DE TERROR 

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Bubacar Turé, afirmou esta segunda-feria, 28 de julho de 2025 que a suposta execução sumária de Mamadu Tanu Bari, a selvagem agressão ao jornalista Waldir Araújo e ilegais detenções arbitrárias de inúmeros cidadãos não são meros episódios isolados, mas são manifestações gritantes de uma escalada intolerável de violência institucionalizada que revela a acelerada desintegração do estado de direito e afunda a Guiné-Bissau numa crise devastadora, dominada por uma impunidade corrosiva, um clima de terror generalizado e a destruição progressiva das liberdades mais básicas.

Bubacar Turé, falava numa conferência de imprensa, realizada na Casa dos Direitos em Bissau para reagir aos últimos acontecimentos no país, nomeadamente a morte do Mamadu Tanu Bari e a agressão ao jornalista Waldir Araújo da RTP-Africa no qual disse que aquela organização defensora dos direitos humanos, recebeu com profunda dor e consternação a confirmação por parte da família de Mamadu Tanu Bari, agente de segurança afecto à Presidência da República, de que o corpo encontrado no passado dia 23 de julho do ano em curso em João Landim, corresponde tragicamente ao seu ente querido. 

O ativista dos direitos humanos, assegurou que para além do caso do agente de segurança Tanu Bari, o país foi brutalmente abalado por mais um ataque à liberdade de imprensa ao jornalista Waldir Araújo, delegado da RTP-Africa de forma selvaticamente agredido na madrugada de 27 do mês em curso, por indivíduos não identificados que o acusaram de denegrir a imagem da Guiné-Bissau no exterior, um atentado cobarde à liberdade de expressão e ao direito à informação.

“Queremos condenar a hipotética execução sumária de Mamadu Tanu Bari, exigindo a abertura imediata de uma investigação independente, imparcial e transparente, visando a responsabilização criminal dos autores morais e materiais. Denunciar o silêncio cúmplice e ensurdecedor das autoridades nacionais perante este eventual crime de execução extrajudicial premeditada, instar o Ministério Público a agir de forma célere e determinada, iniciando processos criminais contra todos os envolvidos na suposta morte de Tanu Bari e libertação imediata e incondicional de Tcherno Bari que está detido no Estado Maior General das Forças Armadas e condenar severamente a agressão violenta e cobarde ao jornalista Waldir Araújo, um ataque claro à liberdade de imprensa e ao estado de direito”, exigiu.

Bubacar Turé, denunciou ainda que na sequência do misterioso e perturbador “Caso Tcherninho” a Liga Guineense dos Direitos Humanos apurou com base em informações fornecidas por fontes familiares que cerca de uma dezena de militares afectos à segurança da Presidência da República, bem como um cidadão civil, se encontram detidos há mais de um mês, sem qualquer base legal conhecida, em total violação da Constituição e dos princípios fundamentais do estado de direito. Turé, lembrou que só no Ministério do Interior, 8 cidadãos permanecem detidos de forma arbitrária e em condições desumanas nomeadamente, Ussumane Balde, Braima Balde, Malam Djassi, Adriano Lopes, Braima Conde, Eduardino Espencer, Braima Daramé e Ubambo Nanque.

Por: Aguinaldo Ampa

Author: O DEMOCRATA

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