O Sindicato Nacional dos Professores (SINAPROF) considerou “ infantil” a declaração do ministro da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica.
O sindicalista falava esta segunda-feira, 15 de setembro de 2025, numa ação de capacitação para os membros da organização sob o lema: conhecer os seus direitos para melhor se defender.
O Presidente do Sindicato Nacional dos Professores SINAPROF, Domingos Carvalho, considerou, no seu discurso , “infantil“ a declaração do ministro da Educação Nacional, Queba Queita.
À margem da cerimónia de diplomas aos finalistas da Universidade pública Amílcar Cabral (UAC), na sexta-feira 12 de setembro, o ministro da Educação Nacional afirmou que serão bloqueados salários dos professores que não forem recuperar seus planos horários nas escolas públicas.
Em reação o Sindicalista disse que a declaração do ministro não tem nenhuma relevância nos seus associados, afirmando que não existe nenhuma lei que lhe dá o direito de proceder ao bloqueio de salários de um professor.
”Essa lei existe apenas na agenda do ministro, talvez seja a única coisa que sabe fazer, ao nível da Educação. Repito, não existe nenhuma lei que regula aquilo que é o direito e dever de um funcionário, no caso concreto de um professor”, disse.
Domingos Carvalho advertiu o responsável dos recursos humanos do ministério, que daqui para frente, a tolerância será zero no concernente ao bloqueio de salários dos professores e que aqueles que foram bloqueados convém desbloquear de imediato, porque ‘não pode existir a lista de bloqueio de salários dos professores até porque não vão permitir ao ministro avançar com o seu plano” e prometeu entregar ao ministro e aos guineenses um bom “presente”, em breve.
No entanto, afirmou que o abandono dos professores para o estrangeiro constitui uma preocupação do SINAPROF, embora não seja uma situação vista apenas no setor da educação mas também nos outros setores e a organização que dirige já veio ao público informar da situação, alertando que esse comportamento vai afetar o nosso sistema educativo “.
De acordo com o líder sindical, existem professores com problemas de saúde e outros no processo de sair do setor educativo, a fim de procurar melhores condições de vida.
”Isso devia constituir uma preocupação do ministro da Educação no sentido de procurar mecanismos para retenção de quadros e garantir um ensino de qualidade para todos’, indicou.
“Convido todos os professores para estarem atentos às decisões do sindicato perante um posicionamento à volta das declarações do ministro, porque haverá no momento certo, uma posição para que esse titular saiba que os professores são profissionais e não ladrões de dinheiro e que se quer bloquear salários que faça ao contrário, bloquear o salário dos deputados porque esses não estão a trabalhar, mas recebem e podia preocupar-se com esses ao invés de proferir ameaças aos professores”, desafiou.
Sobre as condições para o início das aulas neste ano letivo respondeu que devem ser reunidas antes, porque o responsável da política educativa é o governo e “se já anunciou o início, significa que vai criar as condições”.
”O próprio ministro produziu a orientação para os diretores iniciarem as matrículas, sendo assim creio que conhecem os problemas e vão acionar os mecanismos “, assinalou.
Conforme esse sindicalista, a parte mais importante no inicio do ano é a prática de ter alunos nas salas com condições necessárias para que as aulas possam funcionar efetivamente e questionou: “será que os professores contratados para o ano letivo 2024/2025 já foram pagos todos os seus salários?”,
”Para não falar dos anos anteriores, que continuam sem ser pagas, pendentes. Incluem-se também as condições de higiene e materiais didáticos que estão a dar falta. Há escolas que não têm condições para funcionar nessa época chuvosa. Se calhar, o governo já trabalhou esse aspeto para garantir a abertura do ano letivo no dia 6 de outubro.
“Não temos dados exatos dos professores que abandonaram, mas o certo seria ter dados de muitos que estão a preparar-se para deixar o país. Essa é a nossa preocupação, por isso estamos a insistir para que o governo crie as condições para fazer um levantamento dos professores nas escolas públicas, ter dados a nível nacional, assim poderemos ter os dados reais para que se possa tomar um engajamento sobre esse alerta”, frisou.
Por: Jacimira Segunda Sia
















