O Ministro das Finanças Públicas, Ilídio Vieira Té, revelou que o governo disponibiliza sempre mais de 300 milhões de Francos CFA para cada jogo da seleção nacional de futebol da Guiné-Bissau, tanto para as fases das eliminatórias para a fase final do Campeonato Africano das Nações (CAN) bem como para as fases de eliminatórias para o Campeonato do Mundo.
“Posso garantir que em cada jogo disponibilizamos uma soma acima de 300 milhões de francos cfa para apoiar as operações de logística da seleção nacional de futebol. Este fundo serve para pagar as despesas de bilhete de avião, custos de hotéis, alimentação e os seus respetivos per diem“, disse o governante na entrevista ao Jornal O Democrata para falar do financiamento do governo às diferentes modalidades desportivas.
“SALÁRIO DO SELECIONADOR NACIONAL É MUITO SUPERIOR AO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA”
Na ocasião, Ilídio Vieira Té explicou que o país disponibiliza muito dinheiro para os jogos da seleção nacional, sobretudo na fase final do Campeonato Africano das Nações, porque é um período especial que exige mais esforços financeiros. Acrescentou que o governo disponibiliza verbas para a seleção nacional com toda a vontade, “porque a seleção nacional, apesar tudo, consegue dar alegria ao povo e acima de tudo une o povo”.
“Quando jogam os Djurtus, nota-se a alegria nos rostos dos guineenses e ali não existe sentimentos de partidos e a única coisa que conta é a Guiné-Bissau”, notou, para de seguida, afirmar que gostaria que esse sentimento se estendesse em todos os setores.
Para além dos fundos desbloqueados para suportar as operações da seleção nacional em cada jogo e igualmente toda a logística durante a participação na fase final da CAF, Vieira Té explicou que o governo paga salários mensais para todos os elementos da equipa técnica chefiada pelo selecionador nacional. Contudo, escusou-se avançar com os pormenores sobre os valores monetários que cada elemento da equipa técnica aufere como salário mensalmente.
Ainda sobre o salário pagos aos antigos seleccionadores e particularmente, ao luso-são-tomense, Luís Boa Morte, o ministro das Finanças, recusou pronunciar sobre os valores recebidos por estes alegando questões profissionais. Contudo, afirmou que o salário pago ao técnico principal da Guiné-Bissau é muito superior ao ordenado recebido por um ministro, incluindo do próprio Chefe de Estado do país.
“Por uma questão de ética não quero anunciar o valor pago ao anterior selecionador nacional, porque fez um contrato com o Estado da Guiné-Bissau e o contrato ficou no fórum próprio. É importante saber que contratar um treinador fora do país e contratar um treinador interno não são iguais”, disse, afirmando que o salário do atual selecionador nacional é muito superior ao de um ministro e até ao do Presidente da República.
Assegurou que o treinador dos Djurtus com o seu ordenado mensal pode pagar três ministros, incluindo todos elementos da sua equipa técnica.
“Além do selecionador nacional, Emiliano Té, o executivo paga ainda os salários do treinador adjunto, Preparador Físico e o Treinador dos Guarda-Redes da seleção nacional, respetivamente, Aneximenes Pereira, Luís Mango “Dutur” e Jonas Mendes”, revelou, sem, no entanto, avançar com os valores concretos que os elementos da equipa técnica recebem.
GOVERNO E AS FEDERAÇÕES DEVEM TRABALHAR MUITO SÉRIO NA ESTRUTURAÇÃO DE APOIOS

Reconheceu que o país depara com enormes dificuldades nas áreas sociais, mas o governo consegue esforçar-se para cobrir as despesas da seleção nacional e permitir a realização de jogos internacionais e assim como pagar os prémios de jogadores.
Depois de ter participado quatro vezes consecutivas nas finais do CAN 2017 no Gabão, 2019 no Egito, 2021 nos Camarões e 2023 na Costa do Marfim, sob liderança de Baciro Candé, a Guiné-Bissau falhou a quinta presença consecutiva para a fase final do CAN’2025 a realizar-se em Marrocos em novembro de 2024, após a derrota em casa diante de sua congénere de Moçambique.
Após falhar o apuramento para o maior torneio de futebol em África, os “Djurtus”, como é conhecida a Seleção Nacional de Futebol, também acabou por fracassar na caminhada para o Campeonato do Mundo 2026, onde nunca conseguiu marcar a presença.
Apesar dos Djurtus falharem presenças do CAN e do Mundial, Vieira Té afirmou que a seleção nacional de futebol dignificou bastante o nome da Guiné-Bissau nos últimos anos na promoção da imagem positiva do país.
“A seleção nacional de futebol tem feito um papel muito importante e hoje todo mundo que joga com a Guiné-Bissau fá-lo com muito respeito, porque vai defrontar uma seleção que já participou quatros vezes consecutivas no CAN. Mas não podemos somente limitarmo-nos a apurar para a fase final, mas é importante fazer melhor em relação ao passado”, lembrou Vieira Té.
Té, um amante de futebol e voleibol, diz que gostou do trabalho da nova equipa técnica e prestação dos jogadores nos dois últimos jogos da Guiné-Bissau diante de Serra Leoa e Djibouti, durante a sétima e oitava jornada de fase de apuramento para o Mundial, onde os Djurtus conseguiram somar quatro pontos.
“Estamos a construir uma nova equipa nacional, por isso, quero felicitar o novo treinador pelo futebol de qualidade que vimos, embora pecamos no capítulo de finalização e que na minha opinião deve ser trabalho arduamente, e inclusive até já transmiti esta ideia ao mister Emiliano Té, de forma pessoal, porque não basta jogar bonito, é fundamental ter resultados positivos, marcando golos aos adversários”, acrescentou.
Durante a entrevista na qual abordou vários assuntos de desporto nacional, principalmente o apoio que o executivo dá às diferentes modalidades desportivas e o recente apoio de 100 milhões de Francos CFA à Liga Guineenses dos Clubes de Futebol (LGCF) para subvencionar os Clubes da primeira e segunda divisão, o ministro das Finanças realçou que na verdade, o governo tem investido muito dinheiro no setor do desporto e acima de tudo na modalidade de futebol, tendo em conta o que a modalidade representa para o país e para o povo em geral.
Questionado sobre os critérios definidos pelo executivo que orientam a atribuição de verbas públicas às diferentes modalidades desportivas, Vieira Té assegurou que não existe uma estratégia nacional do financiamento ao desporto.
O governante explicou que trabalham com o mapa da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB) e o calendário da FIFA no sentido de disponibilizar os fundos que permitem a realização do jogo da seleção nacional.
“Devemos fazer algo concreto a nível do desporto no seu todo. Várias vezes recebemos pedidos de diferentes modalidades de desporto e que muitas vezes não temos no Orçamento Geral do Estado (OGE), mas acabamos por buscar as soluções, de forma a colmatar a referida situação”, notou, para de seguida advertir que é necessário que o governo e as federações trabalhem muito sério nas coisas mais estruturadas a nível do apoio às diferentes modalidades desportivas.
Sobre os apoios disponibilizados pelo executivo às diferentes modalidades desportivas, Ilídio Vieira Té garantiu que o futebol é a modalidade que recebe mais apoios do governo com um modelo bem trabalhado, mas enfatizou que as restantes federações desportivas como Judo, Boxe e Voleibol não recebem apoios do género, contudo, garantiu que nos últimos tempos o executivo tem lhes dado apoios necessários para a realização das suas atividades.
“Não é um apoio muito bem estruturado a nível do seu engajamento a nível do Orçamento Geral do Estado (OGE) e penso que a partir do orçamento 2026 vamos sentar com autoridades competentes na matéria no sentido de organizar uma estrutura que orienta a atribuição dos apoios as federações desportivas nacionais”, assegurou.
Questionado sobre a percentagem do Orçamento Geral do Estado (OGE) destinado ao desporto e que a maior parte do fundo tem sido canalizada para o futebol nos últimos anos, Vieira Té não precisou os dados concretos devido a falta dos instrumentos completos que tem recebido da FFGB relativamente às competições internacionais, afiançou que mesmo assim, a seleção nacional de futebol não falhou os seus compromissos nos últimos anos, porque o executivo tem criado as condições financeiras para o efeito.
“Chegamos até de alugar um avião, através do voo charter para permitir os jogadores chegarem a destinos mais afastados, para evitar muito desgaste nas escalas e fizemos isso mais do que quantas vezes. Falei com o presidente da FFGB que chegou o momento de estruturamos esta situação e já iniciamos os trabalhos do orçamento 2026 e penso que partir de agora teremos situações mais controladas a nível dos apoios que o governo tem dado ao futebol”, explicou.
MINISTRO GARANTE APOIO A FEDERAÇÃO DE LUTA LIVRE PARA SERVIREM MELGOR OS ATLETAS
No mês passado, o Governo entregou a LGCF 100 milhões de Francos CFA para apoiar os clubes da primeira e segunda divisão, tendo em vista a redução das dificuldades financeiras ao longo da temporada desportiva, principalmente no Campeonato Nacional.
Segundo explicação de Té, foi um apoio concedido, através de um pedido do presidente da LGCF, Dembo Sissé, devido às dificuldades financeiras dos clubes do interior do país ao longo da temporada desportiva, com anuência do Presidente da República, permitindo o executivo desbloquear as verbas aos clubes.
“Pensamos que este algo não pode ficar somente este ano, porque de fato é necessário dar continuidade a este apoio no sentido de permitir aos clubes terem um bocadinho de folga para jogarem a bola. Como amante e praticante de futebol, sentimo-nos mesmo orgulhosos quando estamos a contribuir para este setor desportivo que é tão importante para o país. Penso que vamos ver como dar apoios as outras modalidades, nomeadamente a Federação de Luta da Guiné-Bissau (FLGB), que tem conseguido medalhas de ouro nas competições internacionais.
O titular da pasta das Finanças Públicas disse que a Luta Livre é a modalidade com maior proeza na Guiné-Bissau, por isso deve ter uma atenção especial por parte do governo pelos resultados concretos que tem trazido para o país há vários anos.
“Não temos dúvidas das suas competências e profissionalismo, porque o resultado esta visível para todo o povo da Guiné-Bissau, por isso deve ter um acompanhamento do governo no sentido de motivar os atletas e incentivar as outras pessoas a aderirem a luta”, disse.
Salienta-se que o atleta guineense e campeão Africano de Luta Livre de 57 kg, Diamantino Luna Fafé, conseguiu trazer 8 medalhas de ouro para a Guiné-Bissau, mas queixa-se do abandono pelo governo devido ao incumprimento relativamente as condições adequadas para o trabalho e os prémios da sua participação nas diferentes competições de Luta Livre desde 2017.
Por: Alison Cabral

















Obrigado pelo informação Gabinete de Comunicação social de democrático
Bom trabalho, se o governo continuar assim, a equipa nacional do futebol vai um resultado positivo para a Guiné Bissau. Viva Djurtus