Editorial: ADVORNALISMO E OS MEDIA NA GUINÉ-BISSAU

Com o estabelecimento do Advornalismo na Guiné-Bissau, pode-se afirmar, sem eira nem beira, que as Redes Sociais deram palavra às legiões de imbecis que só falam, sem prejuízo, da rapidinha da batucada da vida mundana nacional nas discotecas e nos bares. Hoje esses imbecis de rapidinha da batucada da vida mundana têm direito a palavra, nas Redes Sociais, mais do que os académicos nacionais. 

Os Media tradicionais, na Guiné-Bissau, têm hoje dificuldades de encontrar informação útil, verídica ecredível. Pensa-se que o processo de mediação dos Media tradicionais é hoje igual ao processo das Redes Sociais. Mas, na verdade, como dizia Orwell “os porcos são iguais, mas há porcos mais iguais do que outros”. Ou seja, o processo de produção e de mediação dos Media tradicionais é mais igual de que das Redes Sociais.

Advornalismo promove sempre transgressão da fronteira entre a realidade de factos e a ficção das fontes. É uma prática de um pseudo-jornalismo sem conhecimento de género jornalístico. É um jornalismo que esquece sempre de colocar o bem público como estandarte da ideologia de jornalismo. Prescinde, naturalmente, de valores como a verdade, o rigor, a imparcialidade e a objetividade.

É uma prática de mediação de Comunicação, na esfera pública, que mistura os interesses de advocacia e de jornalismo para obter benefícios pessoais. Assume que não existe nenhum tipo de formação em jornalismo. O que existe é o talento de rapidinha da batucada da vida mundana nacional nas Redes Sociais. Que essa rapidinha da batucada da vida mundana nacional não se ensina no jornalismo. É um talento de profissionais das Redes Sociais que existe, apenas, na rapidinha da batucada nacional e se aprende na grande toxicidadedas Redes Sociais da nossa esfera pública.

Mesmo navegando contra ventos e marés, o Advornalismo continua a desconhecer que a Comunicação, nos Media e nas Redes Sociais, é uma interpretação do comportamento das pessoas para conhecer as razões que as levam a adotar esse tipo de comportamento comunicativo. 

Advornalismo não reconhece a função estratégica docampo mediático onde os campos sociais buscam tornar pública as suas ações e os seus discursos. Mas, na verdade, o campo mediático é objeto da dinamização da Comunicação e oferece-lhe a visibilidade e a legitimidade para as suas ações e os seus discursos.

Desconhece que o Campo mediático é uma esfera de mediação social, onde os demais campos travam lutas simbólicas. Ou seja, os Mass Media têm funções estratégicas de oferecer visibilidade social. Não é como os imbecis das Redes Sociais que procuram, apenas, a rapidinha da Batucada mundana nos bares e nas discotecas de Bissau para toxicidade discursiva na esfera pública nacional.

Os adeptos do Advornalismo ainda desconhecem que o jornalismo é, na prática, a vida contada nas notícias. Desconhecem também que os conteúdos, as mensagens e as informações são as interpretações daquilo que observamos na nossa vida quotidiana e não da rapidinha da Batucada da vida mundana dos nossos bares e das nossas discotecas que os imbecis tóxicos das Redes Sociais publicam diariamente.

Por: António Nhaga

Diretor Geral

 angloria.nhaga@gmail.com

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