Reunião com a Frente Social: GOVERNO CRIA COMISSÃO NEGOCIAL PERMANENTE E COMPROMETE-SE A PAGAR OS SALÁRIOS EM ATRASO 

O Governo de iniciativa presidencial comprometeu-se a pagar os salários em atraso dos funcionários dos setores da saúde e da educação, tendo garantido, de imediato, um adiantamento substancial. A informação foi avançada pelo gabinete de imprensa do Primeiro-Ministro, sem, no entanto, detalhar o montante total da dívida nem quantos meses serão pagos de imediato.

A Frente Social, uma organização sindical que congrega os sindicatos da saúde e da educação (SINDEPROF, FRENAPROFE, SINETSA e SINQUASS), reuniu-se esta quarta-feira, 1 de outubro de 2025, com o Primeiro-Ministro, Braima Camará, que esteve acompanhado pelos ministros responsáveis destes setores, bem como pelo Ministro da Economia, Plano e Integração Regional, Soares Sambú.

O encontro teve como objetivo analisar o pré-aviso de greve apresentado pela Frente Social, que ameaçava paralisar os setores da saúde e da educação entre os dias 13 e 17 de outubro.

Segundo fonte da Frente Social presente na reunião, o Governo comprometeu-se em pagar as dívidas relativas aos professores contratados, nomeadamente o primeiro grupo registado no Ministério da Educação, que, de acordo com a mesma fonte, tem um mês de salários em atraso.

A mesma fonte adiantou ainda que um segundo grupo, composto por cerca de 706 professores contratados, acumula seis meses de salários em atraso, ou seja, desde o início do ano letivo 2024/2025 trabalham sem remuneração.

Relativamente ao setor da saúde, foi referido que o Fundo Global assegura o pagamento de salários a mais de 300 médicos e técnicos de saúde desde 2024, contrato que, segundo a fonte, termina em dezembro deste ano.

Acrescentou também que existe um grupo de mais de 400 profissionais de saúde cujos salários são da responsabilidade do Governo desde 2024, mas que já estão há mais de dez meses sem receber.

“A comissão negocial permanente criada na reunião de hoje ficará encarregue de analisar a situação dos professores que têm seis meses de salários em atraso. O primeiro grupo, com apenas um mês em falta, receberá os seus salários de acordo com a garantia dada pelo Governo. A comissão analisará igualmente a situação dos mais de 400 profissionais de saúde que já levam mais de dez meses sem remuneração”, explicou a fonte.

O gabinete do Primeiro-Ministro informou, em nota consultada pela redação do jornal O Democrata, que os sindicatos, representados pela Frente Social, decidiram suspender, “em gesto de boa-fé e elevado sentido de responsabilidade”, o pré-aviso de greve anteriormente apresentado.

“Este entendimento traduz um compromisso comum de privilegiar o diálogo social como instrumento fundamental para a preservação da paz social e da estabilidade laboral na Guiné-Bissau”, lê-se na nota.

A nota informa ainda que no final da reunião, o Primeiro-Ministro, Braima Camará, proferiu uma declaração na qual, assegurou aos sindicalistas que o seu governo defende um diálogo inclusivo, transparente e sério, como condição indispensável para alcançar soluções equilibradas e justas.

Por: Assana Sambú

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