O candidato independente à eleição presidencial, Herculano Armando Bequinsa, prometeu restaurar o poder judicial guineense e combater a corrupção caso vencer a eleição, porque a Guiné-Bissau está estagnada há vários anos devido ao não funcionamento do poder judicial de forma livre e independente. Acrescentou que a falta de independência do poder judicial leva o Chefe de Estado a interferir-se na justiça e fazer o papel do juiz, transformando o juiz no menino de mandado.
“Se formos eleito nestas eleições presidenciais de 23 de novembro, toda a população guineense passará a saber que as instituições do Estado e órgãos de soberania vão funcionar de forma independente e interligada, permitindo assim a cada um funcionar sem interferência de outra para cumprir a sua missão de forma cabal e responsável”, disse o jovem candidato que concorre a presidência da Republica, durante a entrevista ao Jornal O Democrata falar da sua visão politica para o desenvolvimento da Guiné-Bissau.
CHEFE DE ESTADO É UM ÁRBITRO E GARANTE DA ESTABILIDADE
Bequinsa explicou na entrevista a razão da sua candidatura às eleições presidenciais tem a ver com o sofrimento constante que o povo guineense está a enfrentar há vários anos, por isso enquanto jovem, decidiu concorrer com o objetivo de estancar o sofrimento da população da Guiné-Bissau e tornar o país no convívio democrático, rumo ao desenvolvimento que todos almejam na pátria do Amílcar Lopes Cabral.
O jovem candidato informou que todas as pessoas que almejam ser o Presidente da República, a primeira coisa, devem conhecer bem a Constituição do país para não cometerem erros no exercício do mandato, porque logo a começar o Chefe de estado não é executivo nem poder judicial, mas sim é garante da estabilidade e deve saberobservar, orientar e não quem interfere em todos aspetos e órgãos de soberania do país. Adiantou que qualquer país que tem um presidente da república que interfere em todos os assuntos, não pode marchar e muito menos desenvolver, por isso a sua candidatura surgiu para cumprir com as normas do país, caso o povo o legitime no dia 23 de novembro.
“Há confusão no seio de algumas pessoas que passaram como Presidente da República, em como são eles que fazem o papel do governo, tribunais ou seja são responsáveis em tudo que tem a ver com a vida do país, isso não é verdade, porque Chefe de estado é um árbitro e garante da estabilidade, de maneira que não pode ser jogador ao mesmo tempo, deve deixar o governo fazer o seu trabalho de coordenar políticas públicas, como também deixar o poder judicial livremente fazer o seu trabalho de administrar a justiça em nome do povo. Entendo que enquanto jovem, estarei em condições de respeitar fielmente a Constituição da República, porque só assim é possível levar a Guiné-Bissau para frente”, sublinhou.
Herculano Armando Bequinsa, advertiu que neste momento a justiça não está a funcionar como deve ser de maneira que a prioridade da sua candidatura, quando ganhar as eleições presidenciais de novembro é fazer os guineenses conheceremo valor da justiça, enquanto pilar fundamental para o desenvolvimento de qualquer nação que passa necessariamente, por deixar os juízes decidirem de acordo com a lei e consciência como mandam as nomas que regem um estado de direito e democrático, não aquilo que aconteceu nos últimos anos na Guiné-Bissau.
Questionado sobre qual será a sua missão para combater a corrupção no país, caso for eleito Presidente da República, Herculano Bequinsa, disse que para combater a corrupção é preciso que o poder judicial funcione de forma livre e independente, sem interferências do poder político e para que isso aconteça, a justiça deve ser reorganizada, criando todas as condições necessárias, desde matérias, instalações e remuneração para permitir os juízes trabalharem livre e combater a corrupção que está cada vez a minar o sucesso da Guiné-Bissau. Adiantou que um Chefe de Estado deve ser exemplo de todos os cidadãos para depois exigir a outros e se ele enquanto primeiro magistrado é corrupção, então não estará em condições para combater algo de que você é cúmplice nele.
“PRESIDENTE DA REPÚBLICA NÃO PODE SER CORRUPTO SE QUER COMBATER A CORRUPÇÃO”

“O Presidente da República não pode ser corrupto, se quer combater a corrupção e da mesma forma que um juiz quando é corrupto não pode fazer uma boa justiça que possa combater a corrupção, sendo assim a minha candidatura está bem legível e limpa para fazer este trabalho se o povo confiar em nós para assumir os destinos do país. Não estamos a fazer uma campanha de luxo, varias viaturas e ter órgãos da comunicação social e redes socais para expandir a nossa mensagem, mas sabemos que vamos vencer as eleições presidenciais para mostrar as pessoas como o país se governa, porque temos a energia e conhecimento sobre como se desenvolve uma nação”, sublinhou.
Questionado ainda sobre a avaliação que faz das actuações das forças de defesa e segurança na Guiné-Bissau, Herculano Bequinsa sublinhou que existem normas no país que regulam a actuação das forças de defesa e segurança, sendo assim é preciso respeitar aquelas leis, porque maltratar a população pelo facto de estarem a reivindicar os seus direitos, isso é um pecado como também é um crime contra um povo. Adiantou que por causa daquela situação que fez com que decidiu candidatar-se para acabar com aquela situação, porque num estado de direito democrático, o povo é quem ordena de maneira que em nenhum momento essa situação pode ser admitida na República da Guiné-Bissau, mas tudo está acontecer porque a justiça não está funcionar como deve ser, porque quando um agente comete a situação de abuso ou crime contra qualquer cidadão, deve ser punido conforme a lei.
Bequinsa, advertiu neste particular que a Guiné-Bissau, dispõe de uma população muito humilde no mundo e isso permitiu que nos anos anteriores nunca ouviram falar da questão étnica, porque convivemos numa única lógica de sermos guineenses, mas os políticos fracos introduziram esta questão de etnias para tirar dividendos em termos de voto, sem no entanto saber das consequências que essa situação pode trazer para o país. Aconselhou a população guineense para não dar ouvidos a qualquer candidato que procura voto com questões étnicas, porque quando vencer as eleições, não estará em condições de unir o povo guineense, tendo em conta as palavras que utilizou para chegar o poder.
Sobre qual será o lugar da Guiné-Bissau no contexto regional e internacional, sobretudo a relação com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), União Africana (UA) e a Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP), Herculano Armando Bequinsa disse que um país tem um lugar brilhante a nível regional e internacional, os dirigentes daquela nação devem trabalhar forte para que a imagem do país seja limpa, mas nos últimos tempos a Guiné-Bissau ganhou fama na questão de drogas, um fenómeno que o mundo está a condenar, devido a forma como degrada as instituições e o próprio estado no seu todo. Acrescentou que quando vencer as eleições, reorganizará a justiça para combater a questão das droga no país para depois estar preparado para competir com outras nações do mundo, isso é possível com candidato jovem como ele para o bem da Guiné-Bissau e o seu povo.
“A Guiné-Bissau tem filhos competentes tanto internamente como no mundo fora que conhecem a realidade mundial, para levar o país mais longe, mas para que isso aconteça é preciso reconhecer aqueles que estão a fazer um bom trabalho para o país, criando condições necessárias. Estou a referir-me aos lutadores nacionais que trouxeram varias medalhas para o país, mas neste momento estão a escavar pedras para sobreviver, isso não é bom para uma nação que quer desenvolver e ganhar respeito a nível internacional”, lamentou.
Questionado sobre qual é avaliação que faz do mandato de cinco anos do Presidente da República cessante, Umaro Sissoco Embaló, Herculano Armando Bequinsa, disse que em termos de respeito a Constituição da República que é a bússola de orientação de qualquer chefe de estado, isso é zero e pior no mandato do Sissoco Embaló, as coisas foram feitas a revelia das leis, instituições passaram a funcionar sem obedecer os procedimentos estipulados pelas leis, não há manifestação para o povo que lhe colocou no palácio, liberdade de expressão e de imprensa proibida, sendo assim podemos afirmar que o mandato do presidente cessante é de pior governação que já passaram no país, de maneira que o povo deve sancionar o atual regime no poder e optar para os candidatos como ele, com energia e conhecimento para desenvolver a Guiné-Bissau e devolver os guineenses a dignidade humana e liberdade de manifestação que é um direito consagrado na Constituição da República.
“Não podemos continuar a confiar e votar nas pessoas que quando chegam ao poder, tornam-se ingratas contra o mesmo povo que votou neles ao ponto de tirar um despacho que proíbe liberdade de manifestação dos cidadãos como manda a Constituição, isso é impossível, podem votar em mim, porque sou uma pessoa que escuta e resolve problema, quando afecta a população, isso é característica de um bom governante. No dia 23 de novembro, votem em massa na minha candidatura, um jovem preparado capaz de resolver problemas da nação de uma vez para sempre”, aconselhou.
Por: Aguinaldo Ampa



















