Era uma vez, como nos dias de hoje uma Tabanca das Tretas a viver um dos momentos mais atípicos da sua história protagonizados por três chefes tradicionais cujas actuações só podiam ser classificadas (e são) de cobardia, traição e manipulação, mas tudo não passa (va) de tretas, senão vejamos:
1.Cobardia: os três Chefes da Tabanca das Tretas, Nhu Teimus, Régulo da Tabanca (não de teimosia, mas porque as suas decisões são imutáveis. Como se diz na gíria popular “burro velho não aprende línguas), Nhu Kafumbam, Vigário Geral (não de vigarista, mas sim pelo dom de conduzir espiritualmente o seu rebanho que nem cordeirinhos na comuna), e Nhu Boca-sabe, Djarga da Tabanca (não pelo tamanho da boca e dentuças de lóbis-homem, mas pela sua oratória narcisista). Nunca tiveram a coragem de se sentarem os três no “Bantaba de Djumbai” para cara-a-cara, olhos-nos-olhos discutirem os males que lhes vão na alma em relação a condução dos assuntos da Tabanca, exprimirem abertamente os seus interesses e ambições de ordem pessoal ou não até chegarem a consensos que seriam apresentados a uma só voz, para o seu Povo ou Nação de Tretas.
Cobardemente refugiaram-se nas atribuições e poderes sanguíneos e tradicionais que lhes foram divinamente atribuídos ou que lhes foram delegados pelo Povo de Tretas para conduzir o seu destino. Portanto, tudo não passou ou não passa mesmo só de tretas.
2. Traição: traição de tretas a Pátria, traição de tretas ao Povo, traição de tretas a Comunidade Internacional que acreditaram nas promessas eleitorais e pós-eleitorais dos três da vida errada (cocó, facada e ranheta). Promessas do Régulo, Nhu Teimus de tudo fazer para garantir uma estabilidade governativa até ao final da sua vida de Rei e da mais ampla liberdade de expressão dos cidadãos e órgãos de comunicação social, “mãos na lama” (apetece dizer e vou dizer “fodam-se os crédulos), só o vimos “a cagar” (voltei a dizer) na Constituição do Regulado, tudo tretas e mais tretas. Promessas do Vigário Geral, Nhu Kafumbam de defender os interesses superiores do Povo que o designou, mas só se viu, passeios de tretas (ditos presidências abertas), mas com os bolsos cheios de papel higiénico para distribuir na Tabanca (campanha de saneamento básico), a dar “uma na ferradura e outra no cravo”, um autêntico estafeta da intriga tal um camaleão, ora em palha seca, ora em palha molhada, só tretas, tretas e mais tretas. Promessas de um Djarga, Nhu Boca-sabe nomeado pelo Régulo, depois é claro do voto do Povo, um autêntico campeão de audiências e (anti) simpatias tal-e-qual “o papagaio loiro”, mas que de jeito nenhum quis largar os “larápios do regime” que também não lhe largavam que nem “carrapatos” na pata dos pés, uma utópica mesa redonda com muito massa à vista, mas projectos “cá tem” para ir buscar a massa prometida, tirem fotografias a cidade de Bissau e só vimos “merda” (não resisto a tentação) no fim, Tabanca de Tretas intransitável e lamacenta, Praças remodeladas que nem o arco-da-velha e (re) modelação governamental profunda só para o “inglês ver”, enfim tretas, tretas, tretas e mais tretas.
3. Manipulação: Cada cabeça a sua sentença. Viveram-se ou vivem-se momentos (pois o drama das tretas ainda prossegue) do mais puro gozo e manipulação de consciências dos tretianos. Manifestações encomendadas a preço de ouro, Comentaristas, Analistas, Constitucionalistas, Mídias e Organizações da Sociedade Civil aliciados. Assistiu-se e assistimos diariamente a discursos de maus pagadores a tentarem justificar o injustificável, comunicados de imprensa de toda-a-ordem, enfim, justiça na praça pública e não em sede própria ou seja (neste caso) no Concelho de Justiça de Anciões (leia-se Supremo Tribunal de Justiça) que é o único Órgão de Soberania da Tabanca de Tretas com Poder para declarar constitucionalidade ou não constitucionalidade das decisões do Régulo e demais actos do Estado. Assistimos pois, a tretas, tretas, tretas, tretas e mais tretas.
Querem mais tretas…? Pois tomem a liberdade e completem mais tretas deste Estado desvairado!?
Qualquer semelhança é pura coincidência. Não vão os incautos crucificarem-me.
Bissau, 31 de Agosto de 2015.
Opa…!? Acho que já disse, que se lixem as tretas.
Por: Jamel Handem
(Em memória dos meus saudosos e queridos irmão e primo Nagib e Cheiks (Chiquinho) que sempre me mandaram para as “tretas” quando eu contava as minhas “estórias” na maior parte das vezes criadas na hora em função das circunstâncias. Em geral para no final conseguir um favor ou melhor sacar massa “emprestadado” e não é que conseguia mesmo apesar das estórias de tretas!?).
















