O Secretário de Estado dos Combatentes da Liberdade da Pátria, Augusto Nhaga, defendeu a necessidade de se realizar uma conferência nacional para partilhar várias histórias, injustiças e inverdades sobre a problemática dos combatentes da liberdade da pátria.
Augusto Nhaga falava ao semanário O Democrata esta segunda-feira, 16 de junho de 2021, depois de 3 dias de intensos debates pelos deputados da nação, na Assembleia Nacional Popular, sobre a situação dos combatentes.
Na entrevista, o governante reconheceu que o Estado guineense fez pouca coisa para dignificar os combatentes, tendo em conta o papel desempenhado por estes na luta pela autodeterminação nacional para que a Guiné-Bissau se torne hoje uma nação livre e independente. Revelou neste particular que dados estatísticos do banco de dados dessa estrutura governativa apresentam atualmente seis mil e setecentos e trinta e três (6.733) combatentes inscritos.
“Ouvimos várias histórias e versões à volta das pessoas que constam do banco de dados, das que se passaram por combatentes ao longo de vários processos, mas que no fundo não são porque não se identificam com os homens que lutaram. Por isso acreditamos que quando for definido o conceito de quem é realmente combatente da liberdade da pátria na Guiné-Bissau, as coisas tornar-se-ão mais claras”, frisou.
O governante disse ter informações da Associação dos Combatentes da Liberdade da Pátrias que indicam que uma pessoa da elite militar guineense terá confessado que, depois do conflito político militar de 7 de junho de 1998, mais de cinquenta (50) pessoas terão sido alistadas como combatentes.
“Quando recebemos essa informação presumimos que existam pessoas no banco de dados que não são combatentes”, sublinhou.
Augusto Nhaga afirmou que quando assumiu a pasta dos combatentes em agosto de 2020,organizou um retiro, do qual foi elaborado um plano estratégico que resultou de uma auscultação sobre essa situação, mas até ao momento o plano ficou na versão digital, porque “não há condições para imprimir esse documento”.
“Como não tenho competências para atribuir ou retirar o estatuto de combatente da liberdade da pátria a ninguém, por isso quero envolver toda a sociedade guineense para que, em conjunto, definamos todos juntos, as melhores linhas orientadoras sobre o estudo de quem é combatente da liberdade da pátria “, indicou Augusto Nhaga.
Perantes estes fatos, Augusto Nhaga defendeu que é necessário realizar uma conferência nacional para “mastigar” várias histórias, injustiças e inverdades contadas desde a independencia do país até à presente data.
“Se o assunto de combatentes dependesse apenas de nós, envolveria toda a gente. Embora os deputados da Assembleia Nacional Popular estejam a representar o povo, a participação da sociedade civil, dos próprios combatentes da liberdade da pátria e do governo seria uma mais valia, porque traria contribuições importantes para ultrapassar essa questão “, assinalou.
Por: Aguinaldo Ampa
















