CABO VERDE VAI ALOCAR NAVIOS À GUINÉ-BISSAU PARA GARANTIR LIGAÇÃO ENTRE A CAPITAL E AS ILHAS DOS BIJAGÓS

O ministro dos Transportes e Comunicações da Guiné-Bissau, Augusto Gomes, disse que o governo de Cabo Verde vai alocar à Guiné-Bissau navios de transporte de passageiros e cargas para garantir a ligação entre a capital Bissau e as ilhas dos Bijagós.

A iniciativa enquadra-se no âmbito do protocolo de acordo assinado na terça-feira, 14 de setembro de 2021, entre os dois governantes, que visa entre outros, “aprofundar os excelentes laços de amizade, de solidariedade e de cooperação existentes entre a Guiné-Bissau e Cabo Verde”. As partes estão determinadas em prosseguir e aprofundar a cooperação entre os dois países, exprimindo a vontade na convergência dos seus interesses. 

Augusto Gomes explicou que a execução do acordo ora assinado é para curto prazo, tendo frisado que inicialmente vão ser avaliadas as condições infraestruturais. Acrescentou que os navios que serão enviados têm características para transportar viaturas e passageiros, por isso “há necessidade de garantir os terminais para recebê-los”.

“A entrega dos navios é para curto prazo, mas neste momento estamos a avaliar as condições infraestruturais, nomeadamente, as rampas e os cais, porque são navios com características para transportar pessoas e viaturas”, explicou o ministro. 

“Acreditamos que pode ser ainda este ano, mas também estamos a trabalhar para que isso aconteça”, afirmou o ministro, adiantando que existe um “plano B”, se não se conseguir resolver as questões das rampas para atracagem do navio, será colocado em circulação outro navio adaptado às condições existentes para facilitar a deslocação de pessoas para as ilhas.

Solicitado a pronunciar-se sobre os termos da operacionalidade do navio para o transporte de pessoas e cargas, explicou que a esta será garantida através de uma empresa. Lembrou que Cabo Verde tem uma empresa que pode trabalhar com as empresas guineenses. 

Questionado se os preços a serem praticados serão o mesmo que se prática atualmente para as ilhas ou será mais barato, respondeu que são aspetos que vão ser analisados entre as partes.

Para o ministro cabo-verdiano do Mar, Paulo Lima Veigas, a situação das infraestruturas portuárias vai constituir um constrangimento para a execução do projeto assinado com o seu homólogo guineense, contudo, assegurou que equipas técnicas estão a estudar as soluções para superar as dificuldades encontradas no terreno.

“Temos o ‘plano B’ para a resolução imediata do problema registado. A execução do projeto vai depender da solução que for encontrada para as rampas, porque essencialmente as dificuldades têm a ver com as rampas e com a amplitude das marés que temos nas ilhas dos bijagós e em Bissau”, referiu.

Assegurou que para a execução do projeto é preciso que as rampas sejam adaptadas às alturas das marés para que os barcos possam operar na Guiné-Bissau.

Questionado se a empresa encarregue da gestão dos navios será essencialmente constituída pelas ações do governo cabo-verdiano, Paulo Lima Veiga disse que Cabo Verde tem uma empresa pública que vai trabalhar com a empresa guineense.

“Penso que as duas empresas vão encontrar uma solução. Se vão criar uma empresa ou um consórcio ou se vão fazer um protocolo de entendimento, porque aqui a questão empresarial terá que ser discutida entre os gestores das empresas, mas vão contar com o apoio político dos dois governos”, referiu.

Por: Assana Sambú

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