
A ministra da Mulher, Família e Solidariedade Social, Maria da Conceição Évora, exortou as mulheres a continuarem a lutar sem parar e a apostarem na formação e qualificação.
A governante fez este apelo esta segunda-feira durante a cerimónia da comemoração do dia nacional das mulheres guineenses, que se assinala no dia 30 de janeiro. A cerimónia foi realizada no bairro militar e contou com a presença de ativistas sociais, representantes das organizações internacionais e a população local.
Maria Conceição Évora disse que a Guiné-Bissau tem dado grandes passos na promoção da defesa e direitos das mulheres, contudo assegurou que falta ainda muita coisa para fazer, sobretudo na edificação de importantes mecanismos legais e institucionais a favor das mulheres que visem acabar com obstáculos que impedem a efetivação plena da igualdade de gênero, “porque a voz da mulher deve constar no processo da construção da paz”.
Explicou que no plano sub-regional está a ser desenvolvido um esforço conjunto com países da União Económica Monetária Oeste Africana (UEMOA) para a institucionalização do gênero em diferentes departamentos públicos, tomando em conta a promoção e a carreira das mulheres nos postos de trabalho, “uma clara tentativa de mobilizar as capacidades e o potencial das mulheres no processo do desenvolvimento do país”.
Aconselhou as mulheres a evitarem da a violência, referindo-se, o flagelo que nos últimos tempos tem acontecido no país que é o “corte de pênis”.
Para o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário da Silva, as taxas da pobreza incidem maioritariamente sobre a camada feminina, que no seu entender, são as vítimas mais frequentes da violação dos direitos humanos e constituem uma das camadas mais vulneráveis em tempos de crise e violência. Acrescentou que a nível da população 71,8 por cento dos homens são alfabetizados, contra 48,3 por cento das mulheres.
O ativista dos direitos humanos, assegurou que a realização do evento na comunidade do bairro Militar em formato da interação direta, para além de reconhecer o inestimável contributo das valentes e corajosas mulheres que labutam diariamente no processo de mediação comunitária, combate à violência doméstica e baseada no gênero, promoção da paz, visa também aproximar-se da comunidade e partilhar as suas vivências.
“A mulher guineense constituiu a maioria da população, é a força motriz da economia nacional, porque são os principais agentes económicos do setor primário e secundário” disse, afirmando que 55 por cento da produção agrícola no país é da economia informal.
Por seu lado, a chefe de Cooperação da União Europeia na Guiné-Bissau, Madeleine Onclin, garantiu que a União Europeia, enquanto um dos parceiros da Guiné-Bissau, está cada vez mais determinada em acompanhar o povo guineense e as suas autoridades nos seus esforços de concretizações do bem-estar a todas as mulheres e raparigas e também homens. Acrescentou, neste particular, que não há maior ameaça a igualdade do gênero do que a violência contra as mulheres e meninas.
Por: Aguinaldo Ampa