
O porta-voz da Frente Social, uma iniciativa que integra os sindicatos dos profissionais de saúde e da educação, acusou o executivo de iniciativa presidencial de colocar os setores sociais (educação e saúde) em crise, para viabilizar a campanha eleitoral.
Yoio João Correia disse que os partidos políticos não pretendem acabar com a crise nos setores sociais, porque “nesta campanha eleitoral, estão a usar carros de luxo, o que poderia ter sido revertido em ações sociais.
“Infelizmente, estamos assistir ao desfile de carros novos nas estradas de Bissau e nas regiões”, lamentou o sindicalista.
Em conferência de imprensa realizada esta segunda-feira, 15 de maio de 2023, em Bissau, o sindicalista afirmou que o governo não está interessado em resolver os problemas sociais, muito menos negociar com a Frente Social e acusou-o de relegar o povo a outros planos, privilegiando seus caprichos, com consequências negativas no tecido social
Disse que no setor de saúde, também o executivo não tem promovido negociações, por isso o serviço mínimo não está a ser observado na greve de cinco dias iniciada esta segunda-feira.
Perante estes fatos, Yoio João Correia anunciou que a frente social vai organizar uma marcha pacífica no dia 18 do mês em curso, aniversário da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) juntamente com a Organização Internacional dos Trabalhadores (OIT), para chamar a atenção ao governo de que os trabalhadores estão a sofrer de fome por causa da inflação dos preços dos produtos de primeira necessidade, porque “o salário mínimo estipulado não chega para suprir os problemas familiares”.
“Se o governo continuar a não dialogar com os sindicatos, convocaremos nova paralisação de três dias, de 22 a 24 de maio. Até ao momento não estabelecemos nenhuma negociação para o serviço mínimo”, indicou.
Segundo Yoio João Correia, os sindicatos estão a exigir do governo, a efetivação dos profissionais de saúde desde 2015, o fim das sucessivas nomeações aos cargos de diretores gerais nas escolas públicas, a harmonização do curriculum escolar com a produção de manuais da primeira classe ao décimo primeiro ano de escolaridade, a regulação dos preços em diferentes escolas privadas e hospitais.
Por: Noemi Nhanguan