COORDENADORES DE CÍRCULOS ELEITORAIS DO MOVIMENTO PATRIÓTICO EXIGEM A DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA DO PARTIDO 

Os coordenadores de diferentes círculos eleitorais do Partido Movimento Patriótico (MP) exigem a urgente definição da real estratégia do partido, sem se descurar de respeitar os princípios democráticos, os estatutos do Partido e, sobretudo, não se esquecer das causas que levaram à criação do Movimento Patriótico e a sua visão assente na justiça, pluralismo e liberdades de expressão e de manifestação.

Numa carta aberta, com a data de 26 de maio de 2025, assinada por 8 coordenadores dirigida ao Presidente Interino do partido, o grupo exortou André Nanque e a sua Direção Interina no sentido de pautar as suas atuações, corrigindo-se dos erros, no respeito pelas regras estatutárias e observância dos princípios democráticos, ouvindo as estruturas do Partido, a começar pela necessidade de reunir os seus órgãos, garantindo assim a participação plena dos seus militantes e dirigentes.

O grupo espera que a sua carta aberta represente uma oportunidade de mudança, permitindo um aproximar do Partido aos seus militantes, sob pena de aprofundar ainda mais a gravidade do impacto negativo que tem desmoronado, nos últimos anos, as estruturas de bases do partido levando à hibernação e afastamento de muitos militantes convictos na visão do partido.

Os coordenadores afirmam que os militantes e simpatizantes do MP não se reveem no modo da atuação da Direção Interina, facto que é comprovado pela total desmobilização dos militantes por causa das decisões unilaterais tomadas pelo Presidente Interino e a sua Direção Interina de apoiar o segundo mandato do Úmaro Sissoco Embaló, supostamente, à revelia do preceito nos estatutos do partido como competência da Comissão Nacional, maior órgão entre os congressos.

“O caso mais gritante da vossa atuação, o senhor e a sua Direção Interina, é, e tem sido, o modo como trataram e tratam o processo de integração do partido à Plataforma Republicana e a monopolização de informações e resultados de negociações das posições do partido dentro desta coligação. Os membros da Comissão Nacional e os demais militantes e simpatizantes do partido carecem de informações sobre os benefícios políticos que o partido, enquanto instituição, pode tirar da sua integração na Coligação Republicana Nô Cumpu Guiné, e muito menos compreender de que maneira pode o partido contribuir para o bom funcionamento da democracia guineense dentro desta coligação e, em consequência, fomentar a estabilidade política do país” lê-se na carta, lembrando que essa coligação foi apresentada à Comissão Nacional do partido como um projeto político às legislativas que haviam sido marcadas para novembro de 2024, mas que por razões inconfessas ficaram adiadas sine die nessa altura.

O grupo acusa a Direção Interina do MP de não se dignar a restituir à Comissão Nacional do partido os resultados que obteve nas negociações, no âmbito da Plataforma Republicana Nô Cumpu Guiné, e muito menos à Comissão Política Nacional, optando por reter e transformar a questão num assunto tabu.

“O Senhor Presidente Interino usurpara, há um ano, uma das competências da Comissão Nacional de decidir sobre as estratégias eleitorais do partido e a sua participação nas eleições, quer legislativas quer presidenciais. Para agravar, o Senhor Presidente Interino, recentemente, apelou, no grupo WatsAp da Comissão Nacional, que os militantes do partido fossem participar da campanha eleitoralista que o Senhor Umaro Sissoco Embaló realizou, ultimamente no círculo eleitoral 29 – no Bairro Militar. Informe-se que esta agenda é estranha ao partido visto que a Comissão Nacional não aconhece” criticaram.

Por fim, os coordenadores afirmam que o afastamento dos órgãos e estruturas do Partido dos assuntos políticos tem sido o timbre do Presidente Interino, facto que seguramente não contribui para a coesão e muito menoar para a mobilização do Partido no quadro da sua ação política, revelando-se um divórcio do Movimento Patriótico com a sua agenda e a sua visão política.

Por: Tiago Seide

Author: O DEMOCRATA

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